quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

QI não é estático, e pode melhorar ou piorar na adolescência



Uma nova pesquisa afirma que a capacidade mental de adolescentes pode melhorar ou piorar em uma escala muito maior do que se pensava anteriormente. Até agora, a suposição era de que a capacidade intelectual, medida pelo QI, ficava completamente estática durante a vida. No entanto, testes realizados em adolescentes com idade média de 14 anos, e depois repetidos quando a idade média era de 18 anos, encontraram tanto melhorias quanto deterioração nos QIs.

O estudo envolveu 19 meninos e 14 meninas. Todos passaram por uma combinação de imagens cerebrais e testes de QI verbais e não verbais em 2004 e, em seguida, em 2008. Os resultados mostraram que uma mudança no QI verbal foi encontrado em 39% dos adolescentes, com 21% mostrando uma mudança na “performance QI” – um teste de raciocínio espacial. Os resultados são considerados válidos, pois pela primeira vez, as variações no QI foram correlacionadas com mudanças em duas áreas específicas do cérebro dos adolescentes. Um aumento no QI verbal correspondeu com um crescimento na densidade da parte da esquerda do córtex motor, uma região ativada durante a fala. E um aumento do QI não verbal foi relacionado com um aumento na densidade do cerebelo anterior, uma área associada com os movimentos da mão. “Os resultados podem ser encorajadores para aqueles cujo potencial intelectual pode melhorar, e um aviso para os empreendedores iniciais, que podem não manter o seu potencial”, disse a pesquisadora Cathy Price. Segundo Price, nós temos uma tendência de avaliar crianças e determinar o curso da sua educação relativamente cedo na vida.

O novo estudo mostra que sua inteligência provavelmente ainda esteja em desenvolvimento em uma fase inicial. “Temos que ter cuidado para não ‘prever’ performances mais pobres em uma idade adiantada, quando na verdade o QI da criança ainda pode melhorar significativamente em mais alguns anos”, argumenta Price. A pesquisa não buscou compreender as causas das mudanças. Uma explicação possível é que os adolescentes amadurecem em idades relativamente diferentes – com desenvolvedores mais rápidos e outros mais lentos -, enquanto os padrões relativos de educação podem desempenhar um papel também. Pesquisas futuras podem se concentrar em quão adaptável o cérebro pode ser depois da adolescência, e nas implicações para a abordagem das doenças mentais e outras doenças neurológicas. Fonte bbc

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