A “lista suja” do trabalho escravo, cadastro de empregadores pegos em flagrante na exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão, nunca teve tantos nomes. Atualizada nesta semana, a relação cresceu com a entrada de 52 novos registros e chegou ao recorde de 294 nomes. Entre os que entraram estão alguns dos principais grupos usineiros do país, madeireiras, empresários e até uma empreiteira envolvida na construção da usina hidrelétrica de Jirau. A lista inclui ainda médicos, políticos, famílias poderosas e casos de exploração de trabalho infantil e de trabalho escravo urbano, que será tema de reportagem especial da Repórter Brasil nos próximos dias.
Acredito que em todas as partes, digo em tudo mesmo ainda existe um pouco de escravidão quando se submetemos às usuras capitalistas e percebemos claramente a teoria marxista da mais valia. Abaixo inseri uma charge encontrada na internet, que nos faz refletir.
Divisão por estado dos incluídos no cadastro
Divisão por estado dos incluídos no cadastro
1. Pará (PA)……………….9
2. Mato Grosso (MT)…….8
Minas Gerais (MG)……8
4. Paraná (PR)……………5
5. Rondônia (RO)………..4
Maranhão (MA)……….4
7. Espírito Santo (ES)……3
Goiás (GO)…………….3
Santa Catarina (SC)….3
10.Alagoas (AL)…………..1
Amazonas (AM)……….1
Rio de Janeiro (RJ)…..1
São Paulo………………1
Tocantins (TO)…………1
Após serem flagrados explorando
mão-de-obra escrava, todas as pessoas e empresas tiveram chance de defesa em
processos administrativos. Somente depois de esgotados todos os recursos, foram
incluídas no cadastro. Entre os novos registros, há casos como o de Lidenor de
Freitas Façanha Júnior, cujos trabalhadores, sem opções, bebiam água infestada
com rãs, e o do fazendeiro Wilson Zemann, que explorava crianças e adolescentes
no cultivo de fumo.
Entre os estados com mais
inclusões nesta atualização estão novamente o Pará e o Mato Grosso, com nove e
nove nomes inseridos, respectivamente. A incidência do problema no chamado arco
do desmatamento demonstra que a utilização de trabalho escravo na derrubada da
mata para a expansão de empreendimentos agropecuários segue presente.
Hidrelétrica de Jirau
Não é só na monocultura ou no
campo que os flagrantes acontecem. As condições degradantes em projetos
bilionários do país têm sido uma constante e, nesta atualização, uma das
empreiteiras envolvidas na construção de uma hidrelétrica também entrou na
lista. A Construtora BS, contratada pelo consórcio Energia Sustentável do
Brasil (Enersus), foi flagrada utilizando 38 escravos na construção da Usina
Hidrelétrica de Jirau.
Inclusões e Exclusões da “Lista
Suja” do Trabalho Escravo
Entraram em 31/12/2011
Agro Pastoril Novo Horizonte S/A
78.231.701/0009-86
Antônio Aprígio da Rocha
044.352.903-59
Antonio Carlos Carvalho da Silva
025.346.492-72
Antônio Erisvaldo Sousa Silva
848.437.303-78
Antonio Sabino Rodrigues
542.529.626-68
Carlos Augusto de Freitas
173.008.601-25
Carvoaria Chapadão Ltda.
11.007.755/0001-34
Clauber Almeida Lima
243.485.702-72
Cláudio Augustos Rodrigues
026.484.708-32
Clézio Oliveira Naves
841.635.001-97
Construtora BS Ltda.
00.521.472/0003-51
Construtora Talaska Ltda.
08.722.775/0001-82
Edmar Koller Heller
239.538.379-15
Ernoel Rodrigues Junior
478.378.881-20
Estrela Agroflorestal Ltda.
79.441.168/0001-92
Evanildo Nascimento de Souza
242.809.925-68
Fazenda Brasnor Agropecuária S/A
04.885.034/0001-61
Fernando Jorge Peralta e Outros
017.518.598-00
Francisco Costa da Silva
154.167.984-91
Francisco Silva Cavalcante
040.486.522-49
Gilson Afonso dos Santos
195.532.425-53
J. L. Zanetti ME – Hotel São Marcos 07.264.587/0001-95
José Gomes dos Santos Neto
023.090.564-13
José Palmiro da Silva Filho
111.577.121-34
José Rodrigues dos Santos
598.157.285-04
Laert Bolsoni 011.886.158-15
Lidenor de Freitas Façanha Júnior
253.380.723 – 00
Luiz Carlos Brioschi
379.675.257-87
Luiz Geraldo Ferreira ME
80.031.263/0001-97
Manoel Marchetti Ind. e Com.
Ltda. 84.148.436/0005-46
Manoel Roberto de Almeida Prado
048.049.701-00
Marcus Aristóteles Zilli
041.320.049-37
Marcus Aurélio Caetano
547.704.326-15
Marizete Alves Silveira
Araraquara ME 03.335.501/0001-17
Miguel Forte Industrial
S/A-Papéis e Madeiras 81.645.525/0005-00
Nelson Luiz Pereira
949.100.306-20
Olegário Germano Ullmann ME
73.282.154/0001-05
Osmar Brioschi 752.194.507-78
Osmar Richter 277.821.079-20
Ovídio Octávio Pamplona Lobato
008.492.602-30
Pedro Eustáquio Pellegrini
350.483.286-04
Reniuton Souza de Moraes
248.452.561-34
Rui Carlos Dias Alves da Silva
050.386.934-15
Sormany Amorim de Souza
557.670.605-68
Tarcio Juliano de Souza
654.016.702-49
Thiago Neiva Honorato
003.308.741-52
Transportes Ari Barbieri Ltda.
72.316.540/0001-90
Usina Paineiras S/A
27.777.903/0001-30
Usina Santa Clotilde S/A
12.607.842/0001-95
Valdivino da Rocha 169.919.661-34
Viderlândio Rodrigues dos Santos
307.338.122-87
Wilson Zemann 791.249.419-72
Saíram em 31/12/2011
Dirceu Bottega 159.095.909-44
Francisco Antelius Servulo Vaz
080.277.733-34
Doutores em escravidão
Um ex-prefeito, um ex-secretário
municipal do Meio Ambiente e dois médicos estão entre os que entraram na
relação nesta atualização. O ex-prefeito Edmar Koller Heller foi flagrado em
2010 explorando mão-de-obra escrava em um garimpo na Fazenda Beira Rio, que
fica em Novo Mundo (MT), a 800 km da capital mato-grossense Cuiabá (MT),
próximo à divisa com o Pará. Edmar foi prefeito de Peixoto de Azevedo (MT) em
2000, pelo extinto PFL (hoje DEM). Teve seu mandato cassado após ser acusado de
desvio de recursos públicos, contratação de pessoal especializado sem licitação
e contratação ilegal de veículos automotores de auxiliares de confiança.
Em 2007, ele se envolveu em outro
escândalo político e chegou a ser preso. Como secretário de Administração da
prefeita Cleuseli Missassi Heller, sua esposa, ele foi considerado responsável
por improbidade administrativa, configurada pelo favorecimento de uma única
empresa em processos licitatórios do município. Em 2009, a Terceira Câmara
Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso manteve a condenação.
Outro político que passa a fazer
parte da lista é Evanildo Nascimento Souza, flagrado com escravos quando ainda
era secretário de Meio Ambiente de Goianésia do Pará (PA). O homem que deveria
zelar pela natureza foi flagrado explorando escravos justamente no corte e
queima de madeira para produção de carvão. De acordo com o Ministério Público
do Trabalho (MPT), foram encontrados na Fazenda RDM (onde se localiza a
Carvoaria da Mata), em julho de 2009, nove trabalhadores laborando em condições
degradantes no corte de madeira, transporte, empilhamento, enchimento dos
fornos, vedação do forno com barro e carbonização.
Os trabalhadores não possuíam
equipamentos de proteção individual (EPIs) e estavam alojados em um barraco em
péssimas condições, sujo com detritos, restos de maquinário e peças de
veículos, armazenamento de combustível, sem separação para homens e mulheres,
nem ventilação e iluminação.
Os médicos incluídos na relação
são José Palmiro Da Silva Filho, CRM 830, flagrado com cinco escravos na
Fazenda São Clemente, em Cáceres (MT), e Ovídio Octávio Pamplona Lobato, CRM
3236, flagrado com 30 escravos na Fazenda Tartarugas, em Soure (PA). O primeiro
assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) acertado com o procurador do
trabalho Roberto Portela Mildner, pelo qual se comprometeu a doar R$ 20 mil
para o Hospital Bom Samaritano de Cáceres. Em caso de reincidência, o acordo
prevê multa de R$ 10 mil por escravo encontrado.
Vídeos Ilustrativos
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Fonte: Wikipédia, youtube, google imagens, revista escola.
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