Antes do surgimento da filosofia, ciência que estuda a natureza de todas as coisas e suas relações entre si, tudo era explicado através de mitos, assim, a natureza era simplesmente considerada como algo divino. Partindo sempre do pressuposto de que “sempre existiu uma coisa”, os primeiros filósofos, insatisfeitos com as explicações mitológicas, começaram a questionar os valores comumente aceitos pela sociedade da época.
As primeiras idéias filosóficas
nasceram nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma
região denominada Jônia), no final do século VII e início do século VI a.C.
Entre os primeiros filósofos, podemos citar: Tales de Mileto (624 - 546 a.C.),
Anaximandro (610 - 546 a.C.), Anaxímenes (585 - 528 a.C.) e Pitágoras (571 -
496 a.C.).
Os primeiros questionamentos
feitos pelos filósofos se concentraram na real constituição do universo que os
cercava. Essa busca pelo conhecimento racional da ordem do mundo e da natureza
ficou conhecida como cosmologia, sendo, portanto, a primeira face da filosofia.
Existem duas teorias que explicam
o porquê da filosofia ter nascido na Grécia. A primeira delas afirma que o
aparecimento da filosofia se deu através de influências da sabedoria oriental,
com a qual os gregos tiveram contato em suas viagens. A outra teoria diz que o
povo grego foi tão excepcional, que foram capazes de criar a filosofia de forma
espontânea e única. Na verdade, a filosofia possui grande influência da
sabedoria oriental (egípcios, assírios, persas, etc.), no entanto, os gregos
imprimiram mudanças de qualidade tão profundas nessas culturas, que foram
apontados para alguns, como os criadores únicos da ciência.
A filosofia não começou
exatamente com Sócrates, nem mesmo na Grécia propriamente dita. Como
supracitado, a filosofia começou ao sul da Itália e nas regiões mais próximas
do Oriente, onde havia mais tranqüilidade e prosperidade. Podemos encontrar um
primeiro sinal propriamente filosófico na pergunta pioneira de Tales de Mileto,
'qual é a origem suprema, a causa última, da origem dos fatos?'. A essa
pergunta, ele respondeu de uma forma não muito inteligente, dizendo que os
elementos primordiais das coisas são a água, o ar, a terra e o fogo. Logo, ele
via que o ar, a terra e o fogo vinham de um fator comum: a água. Então, a
origem primeira do mundo e do universo seria a água. Em sua resposta, podemos
ver também a presença mitológica. É sabido que a mitologia antiga venerava a
água como origem das coisas. Também de Mileto, Aleximandro, que nasceu poucos
anos depois de Tales, deu à sua pergunta uma reposta mais convincente. Disse
que tudo o que vemos e sentimos é definido, e tudo o que é definido tem uma
outra origem, foi formado de outra cousa. Ou seja, o que é determinado também
tem causas anteriores. Logo, é algo indeterminado (a que ele chamou de
princípio) o que deu origem ao universo. Continuava ele com o seguinte
princípio, de que esse indeterminado, devido ao seu eterno movimento, se divide
em dois opostos, como, por exemplo, o seco e o úmido. Os três primeiros
filósofos foram de Mileto, sendo eles Tales, Aleximandro e Alexímedes. Deles,
poucas cousas temos em escrito, e suas obras já não mais existem."
Na Alegoria da Caverna, o
prisioneiro que é libertado e conhece o mundo do lado de fora da caverna
adquire uma visão mais ampla da realidade do que seus companheiros que
permaneceram presos. Porém, quando ele volta à caverna, não consegue comunicar
de modo compreensível o conhecimento que adquiriu, sendo considerado ridículo,
louco e até ameaçador. Sua experiência fora da caverna é considerada inútil e
mesmo perigosa. Essa situação retrata a relação da Filosofia com o Senso Comum.
Como podemos pensar essa relação?
De certo modo, o primeiro
ensinamento filosófico é perguntar:
O que é o útil? Para que e para
quem algo é útil?
O que é o inútil? Por que e para
quem algo é inútil?
O Senso Comum de nossa sociedade
considera útil o que dá prestígio, poder, fama e riqueza. Julga o útil pelos
resultados visíveis das coisas e das ações, identificando utilidade e a famosa
expressão “levar vantagem em tudo”. Desse ponto de vista, a Filosofia é
inteiramente inútil e defende o direito de ser inútil.
Não poderíamos, porém, definir o
útil de outra maneira?
Vejamos como diversos filósofos
conceberam a Filosofia:
Platão definia a Filosofia como
um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos.
Descartes dizia que a Filosofia é
o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de todas as coisas que os humanos
podem alcançar para o uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das
técnicas e das artes.
Kant afirmou que a Filosofia é o
conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o
que deve fazer, tendo como finalidade a felicidade humana.
Marx declarou que a Filosofia
havia passado muito tempo apenas contemplando o mundo e que se tratava, agora,
de conhecê-lo para transformá-lo, transformação que traria justiça, abundância
e felicidade para todos.
Merleau-Ponty escreveu que a
Filosofia é um despertar para ver e mudar nosso mundo.
Espinosa afirmou que a Filosofia
é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se
desejarem a liberdade e a felicidade.
Qual seria, então, a utilidade da
Filosofia?
Se abandonar a ingenuidade e os
preconceitos do senso comum for útil;
se não se deixar guiar pela
submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil;
se buscar compreender a
significação do mundo, da cultura, da história for útil;
se conhecer o sentido das
criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil;
se dar a cada um de nós e à nossa
sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática
que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil,
então podemos dizer que a
Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são
capazes.
Sessão cinema
Aprenda de uma forma lúdica e
divertida
Filme: O Mundo de Sofia
O Mundo de Sofia, minissérie baseada no best-seller internacional de
Jostein Gaarder, que vendeu mais de 20 milhões de livros ao redor do mundo e
foi traduzido para mais de 40 idiomas. Às vésperas de completar 15 anos, Sofia
Amundsen recebe mensagens anônimas com perguntas intrigantes, como "quem é
você?" e "de onde vem o mundo?".
A partir dessas mensagens, ela se torna aluna do misterioso Alberto
Knox, que a acompanha em uma fascinante jornada pela história da Filosofia, de
Sócrates até os dias de hoje, passando pela Idade Média, o Iluminismo, a
Revolução Francesa e a Revolução Russa. Como o livro no qual se baseia, a
minissérie O Mundo de Sofia é uma introdução inteligente e divertida à história
da Filosofia, recomendada a todos que têm paixão pelo conhecimento.
Filme: Ponto de Mutação
No filme há uma
conversa entre três personagens: uma cientista norueguêsa, Sonia Hoffman
(interpretado por Liv Ullmann), "a única mulher no meu departamento, o
primeiro na Noruega fazendo teoria quântica de campos"; um político
americano e ex-candidato presidencial , Jack Edwards (interpretado por Sam
Waterston); e poeta Thomas Harriman (interpretado por John Heard), um
ex-redator de discursos políticos, como passear ao redor de Mont Saint Michel,
França. O filme serve como uma introdução à teoria de sistemas e pensamento
sistêmico, enquanto insights sobre modernas teorias físicas, tais como a
mecânica quântica e física de partículas também são dadas.
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